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Combater a violência de gênero do ambiente digital, uma missão de todos

Ariane Cor: Atua na área de tecnologia como gerente de projeto, designer multimídia e ilustradora. É formada em Ciências Sociais na FFLCH – USP e mestranda na Universidad Nacional de Córdoba;

Bárbara Paes: Formada em Relações Internacionais pela USP, Bárbara trabalha com temas de tecnologia e sociedade. Cursou pós-graduação em Cultura, Educação e Relações Étnico-Raciais e é mestre em Gênero e Desenvolvimento;

Ester Borges: Formada em Relações Internacionais pela USP e trabalha com Direitos Humanos. Atualmente é mestranda no Departamento de Ciência Política (FFLCH USP);

Fernanda Balbino:Formada em Relações Internacionais pela USP, Fernanda trabalha com política e direitos humanos.; Jéssica Osko: Estudante de Sistemas de Informação e Desenvolvedora Web. Atua como professora do curso Minas Programam desde junho de 2017 e como coordenadora do curso

Estado: São Paulo (SP)
Etapa: Ensino Médio
Modalidade: Regular
Disciplinas: Filosofia, Sociologia
Formato: Presencial

De acordo com uma pesquisa realizada pela Plan International em 2020, 58% das meninas do mundo todo já sofreram assédio on-line. No Brasil, esse número beira 77%. A pesquisa ainda aponta que 46% das brasileiras afirmaram que elas e suas amigas enfrentam mais assédio nas redes sociais do que na rua. Os tipos de assédio variam, desde ameaças de violência sexual e/ou exposição de imagens íntimas até comentários racistas, anti LBTQIA+, perseguição (stalking) e constrangimento.

Uma das consequências dessas violências é a mudança do comportamento de meninas e mulheres online. Pelo menos 19% das meninas abandonaram ou reduziram o uso de redes sociais depois de serem assediadas ou por medo de possíveis problemas.Se meninas e mulheres não se sentem seguras em uma determinada plataforma, o ambiente não pode ser considerado democrático. O debate público perde suas contribuições e elas deixam de usufruir de tudo aquilo que a internet pode oferecer, como por exemplo: o acesso à educação, o intercâmbio cultural entre pessoas que talvez jamais tivessem contato pessoalmente e a autonomia para se expressar livremente. Dado este cenário, o Instituto Minas Programam propõe uma trilha de atividades sobre violência de gênero e raça no ambiente digital a ser oferecido a adolescentes entre 13 e 17 anos.

Tendo como objetivo geral:

  • fortalecer as capacidades de estudantes, educadores e entidades educacionais a identificar e combater dinâmicas de violência de gênero/raça no ambiente digital e a fomentar narrativas alternativas que contribuam para promoção de espaços inclusivos online para meninas negras. Garantindo assim, uma esfera pública digital que todos possam usufruir de direitos de liberdade de expressão.
  • idealização pelos jovens de planos de ação para combate ao discurso de ódio online em suas comunidades

Nossos objetivos específicos se relacionam a:

  • Fomentar a capacidade dos adolescentes de identificar e analisar estratégias e narrativas de violência de gênero e raça no ambiente digital
  • Mapear junto aos estudantes fatores e elementos que contribuem ou
    restringem a circulação de conteúdos de violência de gênero e raça online
  • Fortalecer coletivos estudantis para a construção de análises e contra narrativas sobre o assunto
  • Fortalecer as capacidades de educadores e entidades educacionais de combater dinâmicas de violência de gênero e raça no ambiente digital

A trilha de aprendizagem que propomos abrange os seguintes conteúdos e temas:

  • A definição de discurso de ódio, o modo como esse tipo de violência aparece no ambiente digital e os limites da liberdade de expressão
  • A interligação entre violência online e offline
  • Apresentação de iniciativas que buscam soluções para o problema da violência de gênero e raça online
  • Estratégias para auxiliar no combate a violência contra meninas e mulheres online

Metodologia

Propomos uma trilha de aprendizagem dividida em quatro oficinas de conscientização e mobilização. O público alvo da ação são jovens do ensino médio, objetivando a produção por grupos de participantes dessas oficinas de pequenos planos de combate ao discurso de ódio em suas comunidades. A ideia desses encontros é promover a troca entre projetos, ideias e pessoas. Embora as redes sociais sejam espaços muitas vezes nocivos, principalmente para grupos minorizados,a internet também pode ser uma ferramenta de luta por igualdade. Apostando em seu potencial, na criatividade aguçada pela cultura da internet e nos desafios das metodologias colaborativas é possível estimular a produção de contra narrativas para o discurso de ódio online.Para implementar a proposta, o ideal é ter, no mínimo, dois facilitadores. Uma interessada em tópicos relacionados a direitos digitais, ativismo através de redes sociais e comunicação, pessoa que trabalhe com redes sociais e projetos de comunicação) e outra com perfil voltado para educação de grupos, facilitação de dinâmicas e formações.

Cada oficina tem duração aproximada de 4 horas, sendo destinadas a:

  • 1h30 para apresentação de conceitos
  • 1h30 da discussão dos tópicos em grupos de até 5 jovens que trabalharão em conjunto durante toda a trilha de aprendizagem
  • 1h para que cada grupo idealize seu projeto de combate a discurso de
    ódio online em suas comunidades

 

Os temas sugeridos para as oficinas são:

1) discurso de odio online contra meninas
– Perguntas norteadoras: O que é discurso de ódio? Como esse tipo de violência aparece em plataformas de mídias sociais contra meninas? e contra pessoas negras? O que discurso de ódio tem a ver com liberdade de expressão?

2) internet e violência na vida offline

– Perguntas norteadoras: Como violência na internet ou nas plataformas se transfere de e
para a vida offline? A internet como ferramenta de combate a violência offline

3) o que já foi feito para combater o cenário de violência online
– Pergunta para debate: quem é responsável pelo combate à violência online?

– Inovações e boas práticas de plataformas de mídias sociais e governos

– Redes, movimentos e articulações compostos por grupos historicamente marginalizados que têm trabalhado com o tópico

4) o que ainda é preciso fazer e como podemos ajudar

– Oficina destinada a finalização e apresentação dos projetos dos grupos

– Durante as apresentações é importante que sejam elencados para os participantes as potencialidades e desafios para a implementação dos projetos de pequena escala.

São materiais de apoio que o educador deve refletir a respeito pré e durante a execução do projeto: Verdades e Mentiras – As Meninas na era da desinformação e das Fake News (https://plan.org.br/estudos/verdades-e-mentiras-as-meninas-na-era-da-desinformacao-e-das-fake-news)

Segurança da População Brasileira Negra: Como o Sistema Judiciário Responde aos Episódios Individuais e Institucionais de Violência Racial (https://direitosp.fgv.br/projetos-de-pesquisa/segurancapopulacao-
brasileira-negra-como-sistema-judiciario-responde-episodios-individuais)

Free to Be Online? A report on girls’ and young women’s experiences of online harassment (https://planinternational.org/publications/free-to-be-online/)

O que é discurso de ódio? Safernet (https://saferlab.org.br/o-que-e-discurso-de-odio/) Especial Discurso de Ódio – InternetLab (https://internetlab.org.br/pt/especial/especial-discurso-de-odios-lanca-luz-sobre-o-fenomenoda-violencia-de-genero-online/)

Guia de Segurança para o Twitter – Minas Programam
(http://minasprogramam.com/wp-content/uploads/2022/02/Minas-Programam-Seguranca-no-
Twitter.pdf)

Recursos Necessários

2 profissionais para conduzirem oficinas com disponibilidade de dedicação de pelo menos 40
horas para a aplicação das oficinas (16 horas de atividades e 24 horas de preparação); Materiais
de papelaria (Post it, Canetas, Papel para anotações, Cartolinas); Um espaço em que caibam
mesas e cadeiras para o trabalho em grupo, mas que tenha também possibilidade de se
transformar em uma roda aberta de conversa

Duração Prevista

4 horas

Processo Avaliativo

Antes da realização da atividade é recomendado que os educadores realizem por escrito um pequeno questionário contendo perguntas simples como: “você sabe o que é discurso de ódio? (sim ou não)”, ”quanto você sente que sabe sobre o tema em uma escala de 1 a 10?” e “você acredita que violência online pode ser tão prejudicial quanto violência offline?” (sim ou não). Após a realização das oficinas o mesmo questionário deve ser reaplicado e as respostas devem ser comparadas.

Verdades e Mentiras – As Meninas na era da desinformação e das Fake News (https://plan.org.br
/estudos/verdades-e-mentiras-as-meninas-na-era-da-desinformacao-e-das-fake-news)

Segurança da População Brasileira Negra: Como o Sistema Judiciário Responde aos Episódios
Individuais e Institucionais de Violência Racial (https://direitosp.fgv.br/projetos-de-pesquisa
/seguranca-populacao-brasileira-negra-como-sistema-judiciario-responde-episodiosindividuais)

Free to Be Online? A report on girls’ and young women’s experiences of online
harassment (https://plan-international.org/publications/free-to-be-online/)

O que é discurso de ódio? Safernet (https://saferlab.org.br/o-que-e-discurso-de-odio/)

Especial Discurso de Ódio – InternetLab (https://internetlab.org.br/pt/especial/especial-discurso-de-odios-lanca-luz-sobreo-fenomeno-da-violencia-de-genero-online/)

Guia de Segurança para o Twitter – Minas Programam (http://minasprogramam.com/wp-content/uploads/2022/02/Minas-Programam-Seguranca-no-Twitter.pdf)

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