Muito mais do que uma hashtag, vidas negras importam.
Estado: Santa Catarina (SC)
Etapa: Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos
Modalidade: Regular
Disciplinas: Sociologia, História do Brasil, História Geral
Formato: Presencial
Objetivo Geral:
Compreender historicamente a escravidão no Brasil e suas consequências na atualidade;
Problematizar questões de gênero e raça nos casos de violência policial no Brasil e no mundo;
Identificar elementos da teoria feminista que agregam para o debate de gênero e raça;
Analisar os impactos do racismo na sociedade brasileira e mundial;
Compreender o racismo e as violências via contexto educacional.
Conhecimentos trabalhados:
- Diversidade cultural;
- Escravidão negra no Brasil;
- Racismo; Direitos e democracia;
- Cenário atual do Brasil e do mundo diante das mortes provocadas pelo racismo;
- Violência policial no Brasil e no mundo, com recorte de gênero e raça;
- Feminismo negro, suas lutas e demandas; Educação na luta antirracista.
Metodologia
A sequência didática visa refletir e problematizar historicamente os acontecimentos do Brasil e do mundo na atualidade, a partir questão racial, de gênero e classe.
As quatro primeiras aulas são estudos direcionados, levantamento de reflexões para o debate que ocorre na quinta e sexta aula.
A sétima aula é para orientação da obra a ser realizada, e a oitava aula, apresentação individual da obra de arte para a turma.
Total de 8 aulas (cada aula com 45 minutos) para a sequência didática.
Aula 1 – O/a docente entrega o texto “Escravidão e alforria na América Portuguesa”, de Gabriel Aladrén (ver Referências), para cada discente. É realizada uma leitura atenta, explica as questões históricas e solicita que cada um/a faça os seus sublinhados. Essa aula enfatiza o negro, a negra no Brasil. A partir do texto lido, o/a discente pode fazer um quadro comparativo das diferentes visões sobre a preponderância da exploração do trabalho escravo africano no Brasil (com um olhar particular para a situação da mulher negra), em comparação ao trabalho indígena, atentando para suas diferenças e semelhanças.
Aula 2 – O/a docente lê a resenha do livro Quem tem medo do Feminismo Negro, de Djamila Ribeiro (2018), provocando os/as discentes nas questões sobre o empoderamento feminino, a interseccionalidade, a educação antirracista, o movimento Black Lives Matter, o aumento da intolerância às religiões de matriz africana, os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de explorar obras de referência para a teoria feminista, provindas das autoras bell hooks, Alice Walker, Toni Morrison, Conceição Evaristo entre outras. Durante a aula, o/a professor pede para que os/as discentes escrevam no caderno suas impressões acerca das temáticas ou o que for pertinente para a reflexão.
Aula 3 e 4 – Através de uma apresentação em powerpoint (imagens e vídeos), o/a docente elenca quatro casos (George Floyd, Miguel, Ágatha e João Pedro) nos quais a violência racial e de gênero mataram. Traz a história de cada sujeito aqui descrito e seus desfechos para a atualidade (obs.: montar a apresentação com imagens e suas narrativas).
Aula 5 e 6 – Formação de um círculo na sala de aula. O/a professor/a provoca os/as discentes com as seguintes questões para o debate: O que você sabia sobre escravidão negra no Brasil? Quais são as formas de violências que você conhece e que eram usadas na escravidão no Brasil? Quais são os termos, palavras e conceitos que ainda utilizamos e são expressões ligadas à escravidão no Brasil? O que você pensava sobre racismo? É necessário existir uma lei para punir pessoas racistas? Qual a cor de pele mais perseguida pela polícia e por quê? No caso de Floyd, qual o motivo de um policial branco ficar por mais de 8 minutos com o joelho no pescoço de uma pessoa negra? Sobre o caso do menino Miguel, o que faz uma mulher branca de elite manter no trabalho uma empregada doméstica negra durante o período de pandemia? Qual o motivo da mulher branca apertar o botão do nono andar para uma criança negra de 5 anos se dirigir? Sobre o caso da menina Ágatha, quem mente? Quantas crianças (negras) inocentes ainda precisam morrer para existir medidas mais ríspidas diante dessa violência arbitrária? Existe “carta-branca” para matar negro, pobre e da periferia legitimado pelo Estado? Quem se responsabiliza pela morte de Ágatha? Sobre o caso de João Pedro, até quando essa guerra às drogas nas periferias irá vitimar crianças e jovens? Será que é só nas periferias que existe o tráfico de drogas? Será se só a cor de pele negra, pobre e periférica é considerada traficante? Qual a importância de estudar o racismo? Qual a responsabilidade da escola diante dos temas apresentados?
Aula 7 e 8 – Orientação para o desenvolvimento de uma obra de arte sobre algum tema das aulas anteriores e apresentação.
Recursos Necessários
Uso do computador ou celular; Caderno Lápis, caneta para anotações Materiais diversos para elaborar a produção artística, bem como cartolinas, lápis de cor, canetinhas etc.
Duração Prevista
A sequência didática é composta de oito aulas de 45 minutos
Processo Avaliativo
A avaliação será processual. A cada aula, o/a docente irá ter percepções de discentes participativos/as, interessados/as e compromissados/as com a aula. Porém a nota, o conceito ou o parecer descritivo de cada sistema de ensino será materializado com a obra de arte feita. Os principais critérios para avaliar a obra de cada discente serão a criatividade, autonomia, apropriação dos temas debatidos e estudados durante as 8 aulas, a criticidade as temáticas e o respeito aos direitos humanos. A obra, em particular para cada sistema de ensino, poderá receber notas, conceitos ou pareceres descritivos.
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